Aquela Feia
Frederico de Brito / Júlio Proença *fado esmeraldinha*
Eu gosto muito mais daquela feia
Há nela um grande amor que não tem fim
É minha essa ambição com que me enleia
E sente um certo orgulho até por mim
Despreza os artifícios de beleza
Limita-se a ser feia e muito minha
Não pensa em joias raras de princesa
E não se julga ao espelho, uma raínha
As outras, as bonitas, são perigosas
Faziam-me ciúme a vida inteira
São sempre mais senhoras, mais vaidosas
E sabem que têm muito quem as queira
Se o pobre coração é um vassalo
Do belo que perturba e nos enleia
Será questão de gosto, mas deixá-lo
Eu gosto muito mais daquela feia