De Cabo e Soiteira

Francisco Luzardo

Bamo pra labuta, desperta campeiro
Enquanto o clarineio solfeja a alvorada
Que o sol veraneiro já saltou cedito
E vem vindo ao tranquito subindo a canhada

Fogueando a melena (com tons de aquarela)
Pra pintar a tela do quadro boreal
Madrugou sorrindo e vem cheio de gana
Pra tirar da cama os hôme do recal

Ainda com a lua espetada na quincha
O pingo relincha escarvando a cocheira
E o campeiro salta no canto do galo
Pra gastar cavalo no sul da fronteira

Levanta campeiro! Pra secar as tambeiras
Que tão na porteira com os ubre de arrasto
Desperta Índio Taura! Que a lida te chama
E os comedor de grama tão pedindo basto

Só não facilita que o dia te aperta
Porque a sorte é incerta, e a vida é traiçoeira
Enjeita o teu ninho, prepara um bom mate
E vamo dá combate de cabo e soiteira

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