A Vida de Pescador (part. Ataíde e Alexandre)
É! Como é dura essa vida de pescador
Vou fazer o meu ranchinho na beira do rio só pra mim pescar
Pra fugir do baruião da cidade grande pra não estressar
Lá eu fico amoitado jogo um farelinho pra cevar o poço
Até esqueço que no banco eu tô atolado até o pescoço
Ai como é difícil a vida do pescador
De noite ele enrosca o anzol na gaiada da taboca
De dia ele queima no Sol, dando banho na minhoca
Levanto de madrugada, pego a minha enxada e começo a cavar
Mas é pra arrancar minhoca pra fisgar uns bagre pra nóis almoçar
Depois ranco umas mandiocas e jogo na água que é pra estragar
Pra cevar peixe graúdo eu faço de tudo pra não trabaiá
Ai como é difícil a vida do pescador
De noite ele enrosca o anzol na gaiada da taboca
De dia ele queima no Sol, dando banho na minhoca
Vou chamar o Anizião, um caboclo bão pra tarrafiar
Ele dá uma tarrafiada que precisa quatro pra poder puxar
Dia desses lá no corgo ele apinchou a sua tarrafinha
Pego cinco Jiripoca, uma onça parda e dezoito galinhas
Ai como é difícil a vida do pescador
De noite ele enrosca o anzol na gaiada da taboca
De dia ele queima no Sol, dando banho na minhoca
Tudo aqui no meu ranchinho é bem simplesinho vou falar pro cês
É um farturão danado nóis pega dourado e solta outra vez
A peixaiama miúda nós tem uma vara que é pra comparar
Se não der um metro e meio nóis sorta o bichinho pra eles miorá
Ai como é difícil a vida de pescador
De noite ele enrosca o anzol na gaiada da taboca
De dia ele queima no Sol, dando banho na minhoca
Quando vai escurecendo nóis vorta pro rancho, é hora de jantar
Um arroz com cambuquira, um franguinho caipira que é pra variar
Depois nóis ferra no truco, joga umas partidas que é pra relaxar
Aí nóis vai dormir tranquilo pra no outro dia nóis vorta pescar
Ai como é difícil a vida de pescador
De noite ele enrosca o anzol na gaiada da taboca
De dia ele queima no Sol, dando banho na minhoca