Panturrilha

Aqui a realidade inspira poesia,
Escadaria do morrão é como academia
A hospitalidade e a paisagem premia
Quem achou que não veria, não viria e surgia
Daqui de cima eu vejo luzes de edifícios
De gente que não liga pra quem passa sacrifício
Adepto do desperdício, nunca viu fundo do poço
Corda no pescoço a beira do precipício
Não aprendeu com a vida, aprendeu tudo no colégio
Letrado, estudado, acha que isso é privilégio
Tem medo da pista, não sai de casa, que tédio!
O mais alto que ele foi , foi no terraço do seu prédio.
Eu ando tranquilo, não devo nada, sem kaozada
Minha caminhada iluminada, trancada no meu coração a certeza
Que entre a pista e a favela fica apenas a emoção

Adrenalina as meninas, rimas, chicas, biritas
Que se conflita com o sistema que limita e implica
Com quem tenta ser diferente dessa gente que não entende a vida real
E a ainda se julga inteligente.
Quem não se compromete com a causa carente, se vende
Se sente o doutor e nunca o paciente
Nunca foi empregado, sempre foi o patrão
Nunca subiu o morrão? então sua vida é uma ilusão...

[flora matos]
Morro do pavão, prepara pro subidão
Me mostre disposição, lá em cima nóis grava o som
Importante terapia do rio ou de brasilia
Não importa o cep, pouco me importa
Quantas percorrida, porque o rap aqui se compartilha
Comando selva é isso na minha visão de filha
Base não se economiza, quem gosta curte a brisa
Um pedaço da ilha e o mar, eu vejo aqui de cima...
Vivona porque bom amigo avisa, lá em cima que é a boa, prepara a batata e se aproxima
Preço barato, tranquilo! porque compensa, enquanto esse som rola aqui em cima
Alguém lá em baixo pensa. tá ligado, de beco em beco, barraco em barraco
Trazendo força aos fracos e companhia aos rato
Ulisses, acme, hemp beleza e papo
Flora matos, noções unidas, mantém contato.
Prazer fazer visita, selva se identifica
É mal pra quem complica o sonho que se torna fato.

[papo reto]
A pista é loca, o morro é mais
Onde a brisa vem e surge, sei que as venda não cai
Pra quem pensa que na rua a vida não existe,
Não leve a mal mas nesse instante me julgarem juiz
E não adianta reclamar uma chance restou,
Vários lugar fez larga esse tempo acabou
Não vai seguir indefinido, droga, em cima do muro
Com as próprias pernas como eu fiz, independente
Aos 13 já entende, sabe na vila aprende
Se trampa tipo mandado aqui os policia te prende
Lembro, tá na mente sempre vai arrastar
O preconceito desses cu deu ouvido, tio pá
Nós tamo tudo pronto aqui, fala tu nego
Desde que eu nasci, já to pronto pro jogo
Perder não cabe, olha só como eu fiz, quem quiser testar presta atenção o que diz:

Da pista pro morrão tem que forçar a panturrilha
É o preço pra encontrar com os familia (4x)

Sua panturrilha dói? aprenda a ignorar
E ve se não tripida, quando for pilotar
Se ta pesado, fica leve, se tá leve cria asas,
Se tem asa, sai voando e seleciona uma das casas
Pra subir aqui no canta, até celinho transpira
Mas tudo vale a pena quando se trata dos familia
Uma visita é de lei, mesmo com sentença maxima
A lá os menózinho que te mostra na prática
Então pratico o exercicio, que é degrau após degrau
Quer respirar, tem ponto certo pra curtir o visual
Se daqui a vista é bela, imagina lá do acme
Aqui o bagulho é doido,ativa respiração
No blindão controla a emoção no momento da fusão
Se não a confusão vai ta formada, o preço já foi pago a vista
To com minha rapaziada, quem chorou no passado
Ignorou a informação que diz que é diferente da pista pro morrão

Só quem sabe chegar vou recepcionar tem que se misturar para vivenciar
Subiu lá na favela, show a vista bela, vida lá não é só aquela janela
Viram bandidos, pálidos, sem incentivo, um grande aperitivo pros verdadeiros bandidos
Que se aproximam no final do ano e no carnaval
Com seu sorriso gelado, bolado, do lado superficial
Listrado com oléo diesel e base de metanol
Abacaxis e melões de mensalões tomo surra de pau
Sacos de cimento, cada um carrega o seu pesado
Se isso não é um dom de deus, é uma disposição dos diabos
Muito respeito para a velha guarda, que deu mal jeito na escada
Com a coluna empenada, 50kg que nada
Com um latão de água, na sua carcaça, de pé na calçada
Cada passada vira 1 tonelada até chegar na minha casa
A revolta no ar e o vento aumenta a disposição,
Calos na palma então sua alma e causa revolução
Eremita longe de um mundo capitalista, no pico da colina maldita recebe a visita

Orixá que me guia na pista de noite e dia
Que brisa o sistema e sua covardia
Abismo na via, senzala, becos , viela, cenários de uma falsa aquarela
As tia do gueto, respeito sem preconceito, convênio: ilusões do milênio
Na selva de dante o inferno é sempre constante, olhares vermelhante
Eternas brigas de gang, o que que eu faço, compasso pra penetrar no aço
Nobre na cidade e ainda me chamam de palhaço
Expresso a minha arte dentro da comunidade
Com tintas e rabisco e muita criatividade
Resistência solidária, infantaria com palavras
Produção independente de recife á candelária...

Freguesia, ppg, bangu, porto alegre, df zona sul...
Seis maluco com um ideal em comum...
Pra viver bem longe desse zum zum zum (2x)

Beliebteste Lieder von Flora Matos

Andere Künstler von Hip Hop/Rap