Tela Branca do Meu Coração

Geraldo Meirelles / Goia

Perdido nos caminhos do planeta Terra
Pontinho obscuro ante a imensidão
Um ser humano sofre por não conseguir
Atravessar a ponte da recordação

Barreira caprichosa que devagarinho
Envolve para sempre todos os mortais
E eu sendo um deles não fugi da regra
Das malhas da saudade já não saio mais

São seis horas
O Sol se esconde e o mundo se acalma
Revejo o passado com os olhos da alma
De novo vibrando com o tudo que fiz

Longos anos
Que se retrocedem através dos meses
E se recordar é sofrer duas vezes
Deixe que eu sofra para ser feliz

O mundo colorido dos meus quinze anos
Abrindo seus caminhos a quem crê em Deus
A ideia repentina de já ser adulto
A lágrima sentida do primeiro adeus

A grande amargura se manifestando
No último abraço do primeiro amor
E o carrossel da vida do menino grande
Se perde para sempre no além sem cor

A minha infância
Brilha luminosa no céu da saudade
Restos pequeninos de felicidade
Flutuando sempre na imaginação

Verdes campos
Lindas borboletas e milhões de flores
Juventude alegre, sonhos multicores
Sobre a tela branca do meu coração

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