Esses Cavalos do Mundo (part. Luiz Marenco)
Esses cavalos do mundo
Que a vida amansou por conta
Ainda fazem divisas
Quando um valente os monta
Pois cruzaram tempo e terra
E a história de ponta a ponta
Desde que o mundo era mundo
Já se montava a cavalo
Os bárbaros, os gauleses
Os reis, também os vassalos
Generais e imperadores
Fizeram pátria ao montá-los
Desde os mouros e cristãos
Pelas cruzadas guerreiras
Aos pingos mansos delgados
Pelas canchas de carreiras
Que se ganha e que se perde
Nas suas patas ligeiras
Desde Alexandre guerreiro
A um Martín Fierro andarilho
De Dom Quixote em seu baio
A Bonaparte e um tordilho
Que a vida encilha cavalos
Sem nunca sair do trilho
Vai desde o gato e o mancha
Nos rumos do continente
A um crioulo de respeito
Puxando a tropa na frente
Que tem sempre um de a cavalo
Na história da nossa gente
Desde os mansos do Negrinho
A um Tobiano Capincho
A um zaino cruzando um rio
Depois que findou um bochincho
Que tem sempre um pingo bueno
Tendo um clarim no relincho
Desde Bento e Gumercindo
Nos quatro esteios firmados
Que a história conta peleias
De homens que, bem montados
Sustentaram as fronteiras
E a honra do nosso estado
Vai desde Florêncio Guerra
A Blau Nunes, um campeiro
De Gaudêncio Sete Luas
A Tio Lautério, o tropeiro
Que se vive e que se morre
Tendo um pingo por parceiro