Aguaceiro

Rogerio Villagran

A chuva da tarde galopeava solta sem nunca dar trégua
Distância de légua se via na volta que fechou parelho
As sangas bufando o pasto encharcado e um vento teatino
Que assoviava fino, abanando meu poncho de carnal vermelho

Pelego virado, as cordas molhadas chegavam dar pena
Até a cantilena das minhas esporas foram silenciando
Chapéu desabado gotejava a água escorrida da copa
Coisas pra quem topa enfrentar o tempo assim campereando

Pra costa do mato uma ponta de gado rumou despacito
Vinha ao trotezito, mas cruzei de largo sem fazer alarde
Um lote de ovelha procura refúgio descendo a coxilha
E a minha tordilha fareja invernia que aos poucos se encarde

As nuvens cinzentas cruzando pesadas pro lado de cá
Carregam de alla um frio que arrepia
E na terra deságua e na terra deságua
Judiando dos bichos, catigando os homens sendo impiedoso
Vindo buscar pouso pelos descampados
Pelos descampados e ranchos de tábua

No passo do meio cruzando com a água na argola da cincha
Me lembrei da quincha que abriga os meus em volta dos tições
Pedi ao santo padre que não desampare os que a vida renega
E se vão as macegas quando relampeia a alma dos trovões

A chuva da tarde entrou noite a dentro na mesma constância
Arrepiando a ânsia do que nessas horas a gente descobre
Mas quem campereia cuidando dos outros em dias assim
Ganhará no fim um lugar ao Sol que é o poncho do pobre

Wissenswertes über das Lied Aguaceiro von Guto Gonzalez

Wer hat das Lied “Aguaceiro” von Guto Gonzalez komponiert?
Das Lied “Aguaceiro” von Guto Gonzalez wurde von Rogerio Villagran komponiert.

Beliebteste Lieder von Guto Gonzalez

Andere Künstler von Regional