Fundo Falso

Diogo Zarate

O fundo falso no baú do fim do mundo engole sonhos moribundos
E regurgita decepção
Regurgita decepção
Mas a porta tava aberta
E eu tenho os meus dois pés no chão
O arcaico ato de pensar em algum futuro só nos antecede o murro
Que a realidade tem na mão
A realidade tem na mão
Mas a porta tava aberta
E eu tenho os meus dois pés no chão
Olho de relance os destroços
Contemplo o poço com os ossos de quem desistiu
Olho meu passado sem remorso e meu futuro ninguém viu
Com a desesperança confiante de quem implora pela vida
E o desespero agonizante de quem tem os olhos vazados
Quase torturei minh'alma
Quase resolvi ficar
Mas a porta tava aberta
E eu tive chance de escapar

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