Luna
João Cavalcanti
Quando surge por trás do cartão postal é tão linda
Entre teu calor e teu ar glacial, tua sina
De farol, de maré, de referencial, de menina
Na janela, perdida, banhada em cal
Se o brilho de um mar sobre o outro o escuro ilumina
É o tanto de areia molhada que te determina
Se indecente ou incandescente, suave patina
Coroando a harmonia universal
Fruta de enfeitiçar
Luna te voy a buscar
Moonlight please take me there
Je suis ton voyeur
A matriz dessa alva tez é o que me alucina
E arranca do peito a dolente uivada canina
Teu contorno noturno de prata em mim predomina
Refletido no espelho de água e sal.