Semblantes (feat. Jéssica Waltrick)
Conceitos de liberdade meramente abstratos
Legitimam o projeto de exploração
Gota a gota, a diligência é instilada no olhar
E transparece vulnerabilidade iminente e a alma agora sensível
Desse regato, novas compreensões florescem
E a apatia não parece ser possível!
Quão complexas são as razões de ser dos nossos laços?
E a ambivalência que eles carregam?
No sopro do tempo criação e destruição se lançam
Com vigor adornamos a realidade pra não encarar o desamparo que a sua nudez revela!
Ao longo da margem semblantes amargos compõem o retrato
Nas malícias da vantagem, esboços a desabrochar são enterrados
Sobre a paisagem, a morte se antecipa em sua dança
Existência reduzida a linha de produção
As carcaças marcham com o rosto afundado nas mãos
Sem amor empilhando a dor
A ilusão da completude mediada pelos meios digitais
É absorvida pelas fendas que fazemos de abrigo
Sob a luz do progresso se atualiza a negação dos prazeres carnais
Ao longo da margem semblantes amargos compõem o retrato
Nas malícias da vantagem, esboços a desabrochar são enterrados
A morte é o motivo pelo qual corre a vida
Nas ruas amorfas de cheiros estranhos ela segue a passos largos
Mas quando vazia de sentido, pode encontrar nesses braços gelados seu alívio
Pra longe desse lugar