Tia Macheta
Joao Linhares Barbosa / Manuel Soares
O amante não aparecera
Triste Severa
Sempre fiel
Chamou a tia Macheta
Velha alcoveta
P’ra saber dele
A velha pegou nas cartas
Sebentas fartas
De mãos tão sujas
E antes de as embaralhar
Pôs-se a grasnar como as
Corujas
Ele não vem, minha filha
Di-lo a espadilha
Há maus agoiros
Há também uma viagem
Um personagem
A dama d’oiros
Este conde é o meu fraco
Tome um pataco
Tia Macheta
A velha guardou as cartas
De sebo fartas
Sob a roupeta
Caíram três badaladas
Fortes, pesadas
Três irmãs gémeas
Cá fora nos portais frios
Cantam vadios
Feias blasfémias
O fidalgo não voltou
Severa o esperou
Até ser dia
E desde essa noite é que
Existe
O fado triste da Mouraria