Disfarce
É no barulho que se valoriza a paz
De ficar no silêncio de um quarto confortável
Eu passo terço dos meus dias no colchão
Pensando nos futuros ou sonhando com passados dias
Quando a luz do sol brilhava mais
Às vezes, nas memórias, o passado é saudosista
Quando há muito, nem se sabe o que quer mais
Mais quando há pouca coisa a gente sabe o que precisa
Pra se disfarçar, nem precisa se esconder
Bastar entrar em meio a multidão
Se eu quiser te ver, não preciso me apressar
Você sabe a hora certa de chegar
Sei que a gente tende a desejar
Que as coisas fossem diferentes mesmo quando não tem jeito
O jeito é tentar se acostumar
Com a ideia de que o mundo começa a mudar do próprio peito
Às vezes dá vontade de sumir
De cavar um buraco pra esconder a
cabeça inteira
A mente nossa, é toda confusão
É combustão e haja água pra apagar as chamas
Pra se disfarçar, nem precisa se esconder
Bastar entrar em meio a multidão
Se eu quiser te ver, não preciso me apressar
Você sabe a hora certa de chegar
Tudo bem se nada funcionar
Nem todo mundo acerta o caminho de primeira
Nos resta levantar, continuar
E aprender a fazer tudo da nossa maneira
Ninguém me ensinou a tropeçar
Mas cada tombo meu eu absorvo como aula
E quanto aos arranhões, não vou ligar
Finjo que está tudo lindo, como num disfarce
Pra se disfarçar, nem precisa se esconder
Bastar entrar em meio a multidão
Se eu quiser te ver, não preciso me apressar
Você sabe a hora certa de chegar