A Cada Lágrima

Alessandro Barbosa Da Silva

A cada lágrima que cai, eu me fortaleço
Mas sempre foi assim, tudo tem seu preço

Quer falar do que não sabe, então irmão, nem fala
O monstro é o sistema e o fracasso é a vala

Eu já nem sonho mais, só tenho pesadelos
Seu reflexo no espelho não transmite o que eu vejo

Desigualdade social, polícia e ladrão
Amor é igual ao medo de quem vive na solidão

Isso aqui não é em vão pra quem tem bom coração
Mantenha os pés no chão por que viver é opção

Propaganda enganosa oferecida de bandeja
Que você abraça pelo que você deseja

Pra muitos é cerveja, garçom, outra na mesa
Momentos felizes que te matam, ou seja

Felicidade é um momento e nada mais
Tudo passa com o tempo e não te satisfaz

Você sempre quer mais, mas nunca corre atrás
Espera cair do céu ou pede pro seu pai

Ah, então tá bom, pensa que é tão fácil assim
Povo comodista está rumo ao seu fim

Aí, eu vou falar, não adianta ser durão
Se a sua alma sofre sempre por decepção

É a fúria em ação na veia do neguin'
Entra pra vida do crime e acha que não é ruim

Mas só que já sofreu pra saber como é que é
Sentir o gosto do fel por dinheiro e por mulher

Nego, tem que ser forte tanto quanto a sua dor
Na vida nada é de graça, nem o amor

O que é, o que é
Clara e salgada
Cabe em um olho e pesa uma tonelada
O que é, o que é
Clara e salgada
Cabe em um olho e pesa uma tonelada

O que é, o que é
Verme sai da reta
Irmã do desespero, rival da esperança
O que é, o que é
Verme sai da reta
Irmã do desespero, rival da esperança

A cada lágrima que cai, assimilo com a mente
Coração não sente mais, calejado, está doente

Louco, demente, a vida segue o jogo
Termina, recomeça, acaba e vem tudo de novo

Minha cabeça é uma prisão onde não dá pra sair
Um labirinto opaco e cheio de cicatriz

Lembranças ruins estão aqui e não me deixam sorrir
Eu tentei, eu tentei, mas não posso mentir

Vou cair na minha tristeza, na própria depressão
Esquecido entre a fronteira do pecado e a oração

Não vou me omitir, esconder meus pensamentos
Com medo que eles possam causar constrangimento

Te vejo ao relento no sereno da madruga
Luz singela da Lua, sobrevivente da rua

A verdade nua e crua joguei no ventilador
Pra voar aos sete cantos, demonstrar a minha dor

Não sou doutor, nem paciente, cansei de esperar
Posso até morrer na guerra, mas não vou recuar

Quem é você pra me julgar? Me diz quem você é
Tá de toca só filmando, testando a minha fé

Tô aqui, tô de pé, tô firmão na missão
Cabreiro, ligeiro, luto contra a opressão

Faço jus a liberdade, incentivo a humildade
Sou fruto, simplicidade, sou luto nessa cidade

Fria, escura, cinza e sem sentimento
Meus olhos se fecharam, esqueceram esse momento

Sem tempo, lamentos onde não existe o amor
Quebraram os mandamentos que Jesus nos ensinou

O que é, o que é
Clara e salgada
Cabe em um olho e pesa uma tonelada
O que é, o que é
Clara e salgada
Cabe em um olho e pesa uma tonelada

O que é, o que é
Verme sai da reta
Irmã do desespero, rival da esperança
O que é, o que é
Verme sai da reta
Irmã do desespero, rival da esperança

Wissenswertes über das Lied A Cada Lágrima von Rappek

Wann wurde das Lied “A Cada Lágrima” von Rappek veröffentlicht?
Das Lied A Cada Lágrima wurde im Jahr 2012, auf dem Album “Literatura da Favela” veröffentlicht.
Wer hat das Lied “A Cada Lágrima” von Rappek komponiert?
Das Lied “A Cada Lágrima” von Rappek wurde von Alessandro Barbosa Da Silva komponiert.

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