Leito da Saudade / O Peste / Passeando pelo Sertão
Uma fogueira no terreiro
E um amor no coração
Uma vertente nos meus olhos
No leito da saudade
Chorei minha solidão
Uma vertente nos meus olhos
No leito da saudade
Chorei minha solidão
Anavantur anarriê
Das quadrilhas de São João
O arrasta pé da matutada
Bateu a saudade
Presa no meu coração
O arrasta pé da matutada
Bateu a saudade
Presa no meu coração
Rimei ribeira com riacho
Pisei no facho que ilumina
A escuridão
Pintei as cores no espaço
No leito da saudade
Chorei minha solidão
Rimei ribeira com riacho
Pisei no facho que ilumina
A escuridão
Pintei as cores no espaço
No leito da saudade
Chorei minha solidão
Arrasta pé quero arrastar
Nesse galope balançar
Mandar pra longe essa saudade
Que queima como fogo
E nem cinzas quer deixar
Mandar pra longe essa saudade
Que queima como fogo
E nem cinzas quer deixar
Rimei ribeira com riacho
Pisei no facho que ilumina
A escuridão
Pintei as cores no espaço
No leito da saudade
Chorei minha solidão
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Ô peste que saudade da mulesta
Ô peste porque o tempo não se avexa
Ô peste meu coração virou quermesse
Ô peste, ô peste, ô peste
Sou uma cabocla da roça
Que só vive apaixonada
Nunca peguei na rudia
Pra ver o pote quebrado
Ainda arrocho o viúvo
Pra fazer raiva a finada
Se nesse São João da roça
Você não tiver ao meu lado
A fogueira vai ser fria
O balão sobe queimado
Mas se você aparecer
Eu toco num fole furado.
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Passeando em poesia pelo sertão
Me encontrei com melodias de verão
Vi o sol forte no meu rosto a tocar
Vi sinfonia em plena madrugada
Vi o canto, cantar da passarada
Vi o amor bem mais forte, vi paixão
Vi vaqueiro levando sua boiada
Aboiando e cantando pra sua amada
Que sorrindo estava a lhe esperar
Vi mulheres santas vestidas de Maria
Que no Sol forte todo dia
Iam pra roça trabalhar
Vi o romance do Sol e da Lua
O Sol declamando pra deusa nua
Todo seu amor
Vi caboclo tocando sua viola
E uma sanfona tocando, toda hora
Animando o meu sertão
Animando o meu sertão.